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Transtorno obsessivo-compulsivo com obsessões de pedofilia, um subtipo quase desconhecido de TOC

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Apesar de pouco compreendido e pouco comentado, o transtorno obsessivo-compulsivo é uma patologia psiquiátrica geralmente muito perturbadora, frequentemente grave e que pode conduzir ao risco de suicídio. É caracterizado por pensamentos ou imagens mentais persistentes e recorrentes, denominados de obsessões, associadas a comportamentos determinados pelos pensamentos obsessivos, as chamadas compulsões.

Neste artigo discorro a respeito de um tipo raro e quase desconhecido de toc, o toc com obsessões de pedofilia.

Começo dizendo que o TOC apresenta certos subtipos bastante conhecidos, como o subtipo caracterizado por obsessões de contaminação e rituais de limpeza ou o subtipo caracterizado por necessidade de conferência e checagem. Dentre os vários subtipos encontra-se o TOC com obsessões de violência, no qual a pessoa acometida tem pensamentos obsessivos com conteúdo de violência, temor de perda de controle e de cometer violência ou crime, sintomas estes que costumam causar grande angústia.

Acontece que dentre os vários conteúdos do TOC com obsessões de violência existe um especialmente angustiante e desconcertante, o TOC com obsessões de pedofilia, e funciona da seguinte maneira:

A pessoa acometida pelo TOC com obsessões de pedofilia tem verdadeiro pavor da possibilidade de ser pedófilo, pois quando diante de crianças começa a ter pensamentos e imagens mentais com abuso e violência sexual contra crianças. O quadro clínico frequentemente, mas não necessariamente, tem início após o nascimento do primeiro filho da pessoa.

Para lidar com a angústia ligada a ideia de ser pedófilo a pessoa passa a tentar evitar ter contato com crianças, evita muitas vezes ficar sozinho com o próprio filho, o que costuma fazer somente na presença da esposa ou marido. Pensam também em separação conjugal para poder ficar longe do filho. Alguns pensam frequentemente em suicídio. Em meu consultório já tive um caso de paciente que solicitava castração química tamanha a angústia que sentia. Crises de pânico são frequentes nos momentos de maior angústia.

A maior angústia da pessoa com TOC de pedofilia é a seguinte pergunta: mas eu sou ou não sou pedófilo? Devido a natureza das obsessões, que são irracionais mas de muito difícil controle pela vontade, o paciente pouco alívio sente ao ser informado de que o pedófilo sente desejo sexual, atração e vontade de ter contato sexual com crianças, enquanto a pessoa com TOC de pedofilia tem aversão aos pensamentos e mais ainda com a ideia de ter contato sexual com crianças. Permanece se perguntando se é pedófilo, necessitando de muito apoio psicológico e medicamentos eficazes para a busca do alívio e controle dos sintomas.

Concluo este artigo lembrando aos leitores que o transtorno obsessivo-compulsivo é um dos mais graves transtornos psiquiátricos, que o controle dos sintomas não é algo fácil de obter e que causa intenso sofrimento ao paciente e seus familiares. Lembro também, como costumo fazer, que a pessoa que sofre de um transtorno mental deve ser respeitada e apoiada, pois podem acreditar em mim: só quem sofre ou já sofreu de um transtorno mental consegue entender o sofrimento pelo qual passa uma pessoa sofrendo de uma psicopatologia.

Texto de autoria do Dr. Lincoln Cesar Andrade. Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site)

Dr. Lincoln C. Andrade é médico psiquiatra, com residência médica pelo HC/USP, especializado no atendimento de pessoas em crise emocional, estresse, transtornos de ansiedade e pânico. Tem vinte anos de experiência no atendimento de pessoas em crise emocional de qualquer origem. Criou e mantém em sua clínica o programa CALMA, especializado no tratamento de ansiedade e pânico. Agendamento de consultas pelos fones (41) 30391890 e 996437333.

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