A última fase do ciclo da compulsão sexual é caracterizada pela busca de reorganização da vida pelo compulsivo sexual, e depende do grau de prejuízo por ele percebido.
Nesta fase a pessoa compulsiva pode fazer exames para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), se alimentar melhor, verificar o estrago em suas finanças, tentar colocar em dia tarefas e obrigações adiadas, esconder provas do comportamento sexual, bloquear fontes de acesso a conteúdo sexual, apagar mensagens de whatsapp, entre outros cuidados.
Cuidar da autoestima é uma necessidade e ao mesmo tempo um grande e pesado desafio, não raramente levando à depressão e à ansiedade. O peso desse desafio pode levar à ativação de outros vícios, como álcool e drogas, o que podem substituir a compulsão sexual como válvula de escape do estado emocional negativo.
O tempo de duração desta fase varia de dias a semanas e até meses para que a vida volte ao “normal” da fase de dormência, na qual, infelizmente, as causas subjacentes da compulsão sexual permanecem não resolvidas, aguardando o próximo gatilho, quando todo o ciclo do comportamento sexual fora de controle recomeça.
Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade. Permitida a reprodução desde que citada a fonte e autor.
Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 16 anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP), especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico. Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.