Durante ou após a fase de ação do ciclo da compulsão sexual, a pessoa compulsiva entra na fase de arrependimento, cujo impacto depende de dois fatores importantes: o grau de prejuízo experimentado durante a fase de ação e quantidade de distorções do pensamento apresentadas pelo compulsivo sexual.
O prejuízos experimentados podem ser conjugais, familiares, sociais, financeiros, profissionais, agressões à saúde (infecções sexualmente transmissíveis), além do sofrimento da autoestima. A duração desta fase varia de minutos a meses, de acordo com cada pessoa compulsiva.
Nesta fase a vergonha costuma ser a mais penosa e perturbadora das consequências do comportamento sexual fora de controle, e envolve valores pessoais e sentimento de impotência perante a compulsão sexual, podendo afetar gravemente a autoestima.
Devido ao estresse dessa fase, que costuma ser apontada pelos compulsivos sexuais como a fase mais difícil e sofrida, a pessoa pode não conseguir lidar com os estados emocionais negativos e voltar à fase de ação. Neste caso o estresse acaba funcionando como novo gatilho. Nesta fase o medo de ser descoberto em sua vida sexual dupla costuma ser muito alto.
Uma vez percorrida a fase de arrependimento, o compulsivo sexual avança para a fase de reconstituição, que é o foco de outro artigo neste site.
Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 16 anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP), especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico. Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.