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Clínica de tratamento em Curitiba para crises emocionais, estresse, ansiedade, pânico, depressão e problemas afetivos e sexuais

O tremendo impacto psiquiátrico da doença do pênis torto (doença de Peyronie)

A doença de Peyronie, também conhecida como doença do Pênis torto adquirido, é uma grave alteração anatômica que acontece no pênis, principalmente a partir dos 50 anos de idade, cuja porcentagem de homens atingidos é desconhecida, mas estimada em taxas que variam de 0,5 a 5,8% dos homens. 

Trata-se do aparecimento de uma curvatura no eixo peniano, que pode ocorrer para qualquer lado, assim com para cima ou para baixo, acompanhado de dor espontânea ou dor à penetração, inclusive com dificuldade de penetração vaginal quando o ângulo de curvatura é muito acentuado. Outros sintomas que podem surgir são o encurtamento e afinamento do pênis. 

Existem na internet muitas publicações sobre a questão anatômica e correção cirúrgica da doença de Peyronie, mas muito pouca informação sobre o grave impacto emocional e psiquiátrico da doença, que será abordado neste artigo. 

Quando o homem começa a perceber o início do processo de curvatura peniana acontecendo, logo procura o urologista, que o examina e estabelece o diagnóstico. E neste ponto começam as más notícias.

O paciente é informado pelo urologista que o tratamento medicamentoso costuma ser desanimador, o tratamento mais eficaz é por meio de cirurgia e é preciso aguardar a estabilização da doença antes de poder operar. O urologista  ético e atencioso costuma  informa ao paciente que a cirurgia só é indicada quando a curvatura peniana impede a penetração, que não é isenta de possíveis complicações e que o pênis provavelmente ficará menor após o procedimento. 

Tendo que lidar com tantas informações negativas, o homem passar a ficar muito ansioso, pensa continuamente no problema, se preocupa quanto ao seu futuro sexual e se angustia.

É muito imporntante frisar que o pênis tem um significado simbólico muito profundo para o homem, representando sua virilidade, masculinidade, poder, orgulho. Este significado simbólico foi sendo construído desde o seu nascimento até a idade adulta, e a alteração anatômica e funcional causada pela doença de Peyronie tem um impacto arrasador sobre o psiquismo masculino. 

Após o diagnóstico o homem inicia um processo de grave ajustamento emocional. Sente muita angústia quando vê seu pênis torto em ereção, passa a sentir vergonha e inibição diante da parceira, e mesmo na masturbação solitária se sente muito angustiado, as vezes tentando evitar olhar para seu membro. Diante da nova realidade anatômica e da possibilidade de piora da curvatura peniana  pioram os sintomas emocionais e psicológicos, e o difícil processo de luto da perda da imagem original do seu pênis  e do orgulho que sentia do mesmo tende a se manter ao longo do tempo. 

A partir do início desta nova realidade, o homem frequentemente desenvolve outras disfunções sexuais, sendo as mais comuns a perda da libido e a disfunção erétil de origem psicológica, que o homem acredita erroneamente que sejam também causadas pela mudança anatômica da doença, mas que são uma consequência direta do impacto psicológico ao qual está sendo submetido. Outra condição psiquiátrica comum na doença de Peyronie é a depressão. Pesquisas mostram que 50% dos homens podem desenvolver depressão após o diagnóstico, e que de 25 a 50% permanecem deprimidos em algum grau após o tratamento cirúrgico. Muitos homens se afastam afetivo e sexualmente de suas parceiras, em taxas que chegam a assustadores 85%.

O tratamento da doença de Peyronie envolve o urologista especializado em medicina sexual, o psiquiatra especialista em sexualidade humana e o psicólogo que é especializado em terapia sexual. Fatores como um bom relacionamento afetivo e sexual do homem com sua parceria ajudam muito no tratamento. 

É muito importante lembrar que a qualidade do tratamento depende da ética, seriedade, competência e, sobretudo, da capacidade de acolhimento do homem com doença de Peyronie pelos profissionais envolvidos no tratamento, visto que este homem se encontra muitíssimo fragilizado, e vai precisar expor sua dor física e emocional antes de iniciar seu tratamento. 

Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade

Permitida a reprodução e divulgação, desde que citada a fonte (autor e site)

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 15  anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.