Costumo dizer aos meus pacientes que se o estresse fosse uma operação matemática, seria uma operação de soma, ou seja, os efeitos de cada um dos fatores capazes de gerar estresse em determinada pessoa se somam e produzem efeito cumulativo. Considerando que cada um de nós tem uma capacidade própria para lidar com estresse e adversidade, capacidade essa chamada de resiliência, o impacto do estresse sobre cada pessoa será diferente mesmo que as circunstâncias sejam as mesmas.
Os fatores estressores em nossa vida são muitos e bastante diversos, principalmente nas grandes cidades, onde o estresse urbano tem um papel importante no desgaste a que todos nós estamos submetidos diariamente. O estresse urbano funciona como um “pano de fundo”, uma espécie de ruído contínuo, que está sempre presente em algum grau e se soma aos demais fatores.
Para que isso fique mais claro, listo abaixo alguns fatores estressores comuns, que estão presentes em diferentes graus na vida de cada pessoa:
- Ônibus lotados e atrasados
- Trânsito engarrafado
- Calor excessivo devido asfalto e falta de vegetação
- Ar seco e poeira
- Pessoas mal humoradas
- Calçadas repletas de fezes de cachorros
- Mais pessoas mal humoradas
- Pessoas sem educação
- Falta de vagas de estacionamento nas ruas
- Flanelinhas
- Estacionamentos caros
- Balconistas cínicos ou mal educados (também estressados)
- Vizinhos que nunca dizem bom dia no elevador
- Risco constante de assalto e violência
- Ruas mal iluminadas
- Falta de policiamento
- Ruas esburacadas
- Motoristas que não respeitam o ciclista e o pedestre
- Ciclistas que não respeitam o pedestre nem a legislação de segurança para ciclistas
- Buzinas de automóveis
- Guardas de trânsito preocupados em multar e não em organizar o trânsito
- Estressados do trânsito que xingam, fazem gestos obscenos e até agridem outros motoristas
- Multas de trânsito cobrando infração que você sabe que não cometeu mas da qual não tem como se defender, do tipo pague e pronto
- Alarmes que disparam no meio da noite
- Funcionários públicos (felizmente a minoria) sem comprometimento com seu trabalho, que se acham no direito de não cumprir suas obrigações com o contribuinte
- Motoboys “costurando” no trânsito
- Pedintes em todo lugar
- Fila para tudo, da padaria aos bancos
- Motocicletas barulhentas com escapamento “aberto”
- Ruído de todo tipo
- Vizinhos desrespeitosos
- Vizinhos que não respeitam a lei do silêncio
- outros, outros e ainda outros…
Preste atenção ao fato de que nesta lista não constam problemas conjugais, profissionais, financeiros, familiares ou de saúde. consta apenas o estresse urbano. Agora junte tudo em um típico dia útil e ficará fácil perceber o porquê de ao chegar em casa você muitas vezes se sentir:
- Muito cansado
- Com humor irritado
- Impaciente
- Inquieto
- A ponto de explodir
- Sem vontade para nada que não seja uma poltrona e televisão
- Sem libido
- Com sensação de que há algo errado com sua vida
- Vontade de chorar sem saber bem o motivo
- Pronto para implicar com esposa/marido e filhos
- Com a sensação de que vai perder o controle a qualquer momento, irado
- Muitas vezes com vontade de quebrar tudo a sua volta
- As vezes com vontade de sumir, desaparecer, sair por aí sem rumo
Para conseguir sobreviver na cidade grande é preciso ter um manual de sobrevivência e muita disposição para repensar seu estilo de vida e o que pode ser melhorado. Caso necessite de auxílio para acessar esse “manual de sobrevivência ao estresse” entre em contato conosco e venha aprender a arte da sobrevivência na “selva de pedra”.
Texto de autoria do Dr. Lincoln Cesar Andrade
Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site)
Dr. Lincoln Cesar Andrade é médico psiquiatra especializado no tratamento de pessoas passando por crises emocionais, estresse elevado, transtornos de ansiedade e pânico em Curitiba. Agendamento de consultas pelos fones (41) 30391890 e (41) 996437333.