Durante muito tempo houve dúvidas a respeito da contribuição do estresse sobre o comportamento alimentar, o ganho de peso e a obesidade, pois muitos são os fatores que afetam o comportamento alimentar das pessoas.
Trabalhos mais recentes de pesquisa vem confirmando aquilo que médicos, profissionais de saúde e pacientes observam na prática: que o estresse contribui sim e de modo importante para a dificuldade em manter o peso corporal e para emagrecer.
Os estudos mostram que situações de estresse elevado ou persistente levam as pessoas a consumir alimentos com maior teor de gordura e carboidratos. O cansaço mental após um dia inteiro de trabalho reduz a disposição para atividade física e acentua a tendência a assistir televisão ao chegar em casa. A televisão, noticiários tóxicos e novelas carregadas de suspense e violência psicológica aumentam a ansiedade em um horário que deveria ser destinado ao relaxamento e ao convívio com a família.
N a Clínica Dr. Lincoln Andrade, especializada em estresse e ansiedade, são atendidas diariamente pessoas que estão sofrendo com estresse profissional e os quase inevitáveis atritos interpessoais no ambiente de trabalho. Esses pacientes relatam estados mentais e emocionais desagradáveis em vários momentos do dia, o que os leva a comportamentos de busca de alívio e conforto após o trabalho.
Este comportamento de busca de alívio para estados emocionais carregados negativamente varia de pessoa para pessoa, e envolve compulsão alimentar, busca de carboidratos de absorção rápida (como chocolates e doces), mas não se restringem à alimentação. Para muitas pessoas o alívio do estresse vêm com aumento do tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas, compras compulsivas, abuso de drogas e muitos outros comportamentos de alívio imediato, mas que agravam outros problemas de saúde a longo prazo.
O estresse, a alimentação ruim e o sedentarismo compõem a tríade da morte do mundo atual, visto a quantidade quase inumerável de doenças graves que se originam destes três fatores, e a freqüência com que essas doenças conduzem à morte pessoas relativamente jovens. Esses três fatores são sinérgicos quanto aos prejuízos que causam à saúde e à aparência física, pois amplificam as ações deletérias uns dos outros.
Portanto é muito importante entender que o ganho de peso e a obesidade são a face visível, a expressão direta da associação destes 3 perigosos fatores, e que a estética é somente parte do problema.
Não há nada de errado em cuidar do corpo e da beleza. O problema é a busca de soluções mágicas devido a falta de tempo, disposição e dinheiro para evitar a ação do estresse, do sedentarismo e da alimentação inadequada.
As tais soluções “mágicas” nada solucionam e frequentemente agravam problemas de saúde, mas a mídia e a milionária indústria do emagrecimento e da beleza fazem crer que existe corpo ideal ( o mais magro possível) e faturam muito dinheiro com isso.
Como a sociedade atual prega que a a beleza deve estar atrelada à saúde, mas estimula simultaneamente a perda de peso a qualquer custo, as pessoas ficam desorientadas com razão, sem saber como agir, e sob pressão intensa para atender ao que é socialmente aceito.
Portanto, você que está em busca de emagrecimento, beleza e saúde deve parar um pouco para refletir. Precisa compreender que não existem soluções mágicas, que você pode sim, com pouco dinheiro, iniciar um programa de perda de peso com orientação adequada, fortalecendo sua tolerância à frustração e se permitindo uma perda progressiva e consistente de peso. A solução, pode-se afirmar, está em grande parte dentro de você, de sua mente. Mas depende de você acreditar em si mesmo!
Texto do Dr. Lincoln C. Andrade
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