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Clínica de tratamento em Curitiba para crises emocionais, estresse, ansiedade, pânico, depressão e problemas afetivos e sexuais

Disfunções sexuais no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

Pessoas com TOC costumam ter conteúdos sexuais em suas obsessões, o que pode conduzir a disfunções sexuais.

As obsessões (pensamentos, imagens mentais ou impulsos persistentes, angustiantes e irracionais) nas pessoas com TOC de conteúdo sexual podem vir a causar prejuízo no desejo, excitação ou orgasmo. 

Frequentemente essas obsessões apresentam a sexualidade e o contato sexual como algo sujo, feio, coisa de pessoas imorais ou mesmo como algo perigoso. 

Uma pessoa com TOC pode, por exemplo, tem preocupações obsessivas com contaminação, doença e sexualidade. Essa pessoa, quando envolvida em uma situação erótica, pode sentir emoções negativas ligadas a ideia de coisa “suja” e imoral, ter medo de contrair doenças, principalmente o vírus HIV, e evitar ou ter dificuldade de relaxar e aproveitar a relação íntima com a parceria. Após o término da  relação sexual, essa pessoa pode ficar com preocupações obsessivas de ter contraído uma infecção sexualmente transmissível, com dúvidas angustiantes a respeito de ter ou não  feito uso de preservativo (mesmo sabendo que fez uso, devido à dúvida patológica típica da pessoa com TOC),  e começar compulsivamente a procurar médicos para fazer seguidos exames para detecção de HIV e outras infeções sexualmente transmissíveis. 

Algumas mulheres com TOC de conteúdo sexual podem, por exemplo, evitar tocar seus genitais devido a obsessões que afirmam que a mulher que se toca é uma mulher indecente, vulgar. Assim, nunca toca suas partes íntimas  e perde a oportunidade de se conhecer sexualmente e aprender como ter prazer sexual. 

Devido ao conteúdo sexual dessas obsessões, as disfunções sexuais entre homens e mulheres podem ser bastante altas. Dados da literatura especializada demonstram que até 20% das mulheres com TOC de conteúdo sexual são anorgásmicas.

Muitas pessoas que sofrem de TOC grave podem evitar completamente a vida sexual, com objetivo de evitar intrusões e sentimentos muito estressantes de culpa e sofrimento. 

Outra informação digna de nota é que pessoas com TOC não costumam comentar seus sintomas sexuais com seu psiquiatra ou psicólogo. 

O tratamento do TOC com conteúdos sexuais, como todos os tipos de TOC, envolve medicamentos e psicoterapia específica, mas com uma ressalva. O tratamento ideal deveria ser feito por psiquiatra e psicólogo com profundos conhecimentos de sexualidade humana, de preferência especialistas em sexualidade humana, para evitar o diagnóstico incorreto de patologias sexuais na pessoa com TOC, além de saber focar o tratamento nos aspectos centrais do TOC  e não apenas nos conteúdos das obsessões.

Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade

Permitida a reprodução e divulgação, desde que citada a fonte (autor e site)

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 15  anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.