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Clínica de tratamento em Curitiba para crises emocionais, estresse, ansiedade, pânico, depressão e problemas afetivos e sexuais

A Dapoxetina (Prosoy) para o tratamento da ejaculação precoce. É um novo medicamento? Funciona? É seguro?

A ejaculação precoce (EP) é a mais comum disfunção sexual masculina, afetando até 1/3  dos homens desde o início da vida sexual, e se mantém ao longo da vida quando não tratada. A EP causa sofrimento significativo para o homem e sua parceria, e pode ser definida de modo prático como a ejaculação que ocorre com mínimo ou nenhum controle do homem, antes que ele deseje.

Vários medicamentos têm sido usados ao longo de décadas para o tratamento da EP, todos de diferentes classes de antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos de recapturação de serotonina (ISRS). E a dapoxetina tem o mesmo mecanismo de ação dos ISRS, porém apresenta propriedades bioquímicas que o tornam específico para tratamento da EP

 

A dapoxetina é uma novidade no tratamento da EP?

O Cloridrato de dapoxetina foi liberado em 2023 pela ANVISA, para comercialização no Brasil sob o nome de PROSOY. Apesar do alarde nas mídias e redes sociais por ocasião de seu lançamento, dizendo que se tratava de um novo medicamento, que seria o fim da EP, a cura da EP, a dapoxetina já está disponível no mercado externo há aproximadamente 15 anos, com o nome comercial de Priligy. Portanto, não se trata de uma novidade e, Inclusive, no BR tem sido prescrita e dispensada em farmácias de manipulação há anos.

 

Mas, afinal, a dapoxetina funciona para tratar a EP?

Sim, funciona como parte do tratamento ideal, que é composto pelo uso de medicamento para retardar aumentar a latência ejaculatória (tempo decorrente entre estímulo sexual adequado e ejaculação/orgasmo) e a terapia sexual, que tem como foco aspectos psicoemocionais e relacionais da EP.

A dapoxetina deve ser usada sob demanda, ou seja, somente quando diante da oportunidade da relação sexual, e somente uma vez por dia. Deve ser ingerida de 1 a 3 horas antes da relação sexual e tem como tempo aproximado de ação uma média de 2 horas, mas consta na bula do fabricante que pode durar muito mais tempo. Nos ensaios de pesquisa o medicamento aumenta o tempo para a ejaculação em 5 a  6 vezes, o que na prática significa 2 a 3 minutos entre estímulo sexual e ejaculação. Uma das grandes vantagens é o uso sob demanda e os baixos efeitos colaterais sexuais. A desvantagem é que não se mostra muito mais eficaz do que outros medicamentos já usados há décadas, além de não ter ação para ansiedade ou depressão.

 

A dapoxetina é a cura definitiva da EP?

Infelizmente não. Trata-se de um recurso importante a mais, entre os recursos terapêuticos para o tratamento da EP, mas é importante entender que a EP tem mais de uma causa, e essas causas funcionam de modo associado para determinar essa disfunção sexual tão comum. Portanto, somente o medicamento não costuma resolver o problema. Além do mais profissionais de medicina sexual e sexologia clínica não trabalham com o conceito de “cura”, mas sim de tratamento para o controle da EP.

 

A dapoxetina é segura?

O medicamento é indicado em bula para o uso de homens com idade entre 18 e 64 anos. É contraindicado para pessoas com doença renal, hepática e cardíaca grave, pessoas com insuficiência cardíaca congestiva graus II a IV, distúrbio de condução elétrica cardíaca não tratado, isquemia cardíaca e valvulopatia cardíaca importante.

Há também contraindicação em bula para pessoas em uso de antidepressivos das classes de ISRS, IRSN, ADT e IMAOS, além de tioridazina (antipsicótico), litio, alguns antibióticos, antivirais e anticoagulantes.

Outra contraindicação de uso é para pessoas com histórico de desmaios, pessoas em tratamento para transtorno afetivo bipolar e epilepsia.

Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas, tontura ou vertigem, insônia ou sonolência, fadiga e desmaio. Os desmaios podem ocorrer geralmente entre 1 e 3 horas após ingesta.

O uso de bebidas alcoólicos concomitantemente com a dapoxetina é contraindicado devido a possibilidade de facilitar ou agravar possíveis efeitos colaterais.

Não há relato de síndrome de abstinência pela descontinuação do uso, inclusive devido a se tratar de medicamento para uso sob demanda.

 

Se a dapoxetina não é a solução definitiva para a EP, qual seria o tratamento correto?

O padrão “ouro” de tratamento envolve o uso de um medicamento adequado para ampliar o tempo entre estímulo sexual e ejaculação, associado à terapia sexual. Apesar de ser frequentemente recusada e/ou substimada pelos homens com EP, a terapia sexual vai tratar aspectos psicológicos individuais, melhorar o funcionamento do casal e treinar o paciente para melhor controle ejaculatório. Muitos pacientes sofrem de depressão e/ou ansiedade, que podem preceder ou ser consequência da EP, e podem necessitar de cuidados de um psiquiatra. A terapia farmacológica pode se prescrita por um médico urologista ou por um psiquiatra especializado em sexualidade humana. A terapia sexual pode ser feita por psicólogo ou médico especializado em terapia sexual.

 

Texto de autoria do Dr. Lincoln c. Andrade. Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site).

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 16  anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.