Pessoas com compulsão sexual relatam muitos comportamentos diferentes em sua busca de sexo, e muitos desses comportamentos são comuns à maioria delas. Abaixo listo 20 desses comportamentos, mas lembro aos leitores que tais comportamentos, quando apresentados de modo isolado, não repetitivo, não caracterizam uma pessoa com compulsão sexual. Além do mais, nem todos apresentam tais comportamentos. Também é importante frisar que trata-se de comportamentos comuns e não de critérios diagnósticos para compulsão sexual.
Abaixo são listados e descritos 20 desses comportamentos:
- Uso de aplicativos de smartphone para acessar potenciais parcerias para relações sexuais
- Ter relações sexuais com mais de uma pessoa na mesma noite, as vezes com várias
- Se envolver com pessoas completamente estranhas, muitas vezes sob uso de álcool
- Assediar sexualmente funcionários(as) no local de trabalho
- Pensar, visualizar ou ter impulsos sexuais sempre que se encontra sozinho
- Trocar sexo por drogas. Trata-se de comportamento mais comum entre as mulheres sexualmente compulsivas, sem recursos para manter seu vício em drogas; é também comum entre mulheres que não sofrem de compulsão sexual, mas trocam sexo por drogas por falta de recursos financeiros para aquisição de drogas
- Arcar com muitas despesas para manter suas diferentes maneiras de obter sexo, entre elas sites pagos de conteúdo adulto, cybersex, manter sugarbabies ou sugarboys, entre outros
- Manter mais de um relacionamento afetivo simultaneamente, para manter diferentes e variadas fontes de sexo
- Ter como interesse principal potenciais parcerias sexuais e não a construção de novas amizades ao conhecer pessoas
- Tentar seduzir pessoas próximas, como cunhadas(os), sogra(o) ou mesmo as esposas ou maridos de amigos(as)
- Praticar sexo em locais públicos ou correndo risco de ser flagrado a qualquer momento
- Dificuldade em fazer uso de preservativos e outras maneiras de fazer sexo seguro
- Praticar sexo em locais ou contextos arriscados, como o local de trabalho por exemplo
- Praticar sexo sem considerar se a pessoa é solteira, comprometida ou casada, ignorando as possíveis implicações
- Frequentar habitualmente casas de prostituição, onde costumam ser conhecidas pelo nome e tratados como clientes VIP
- Levar parcerias sexuais para manter relações sexuais na própria casa em que mora, na ausência da esposa ou do marido, para aumentar a excitação devido ao risco de ser flagrado
- Sexualizar clientes com quem mantém contato devido a ocupação que exercem, muitas vezes seduzindo sempre que se sentem confiantes para isso
- Sugerir à parceria práticas sexuais que ferem seus valores pessoais ou vão muito além do seu repertório sexual, as vezes pressionando a parceria para práticas sexuais consideradas por ela como repulsivas ou desagradáveis
- Ser incapaz de recusar uma relação sexual, de dizer não
- Agendar sessão de massoterapia não para relaxamento, mas com objetivo definido de obter uma relação sexual com o(a) profissional de massoterapia
Poderíamos listar muitos outros comportamentos sexuais, pois a variedade de comportamentos pode ser muito ampla. Repassando a lista acima é possível perceber que o descontrole do comportamento sexual e a busca de aumento de excitação pode colocar a pessoa que sofre de compulsão sexual, seja homem ou mulher, em sérios riscos, entre eles a perda do emprego, processos por assédio sexual, risco da perda da parceria, infecções sexualmente transmissíveis, inclusive risco de morte.
Finalmente, se você sofre de comportamento sexual compulsivo, já tentou se controlar várias vezes sem sucesso e tem estado muito ansioso ou até deprimido devido ao problema, procure auxílio profissional o mais brevemente possível. Procure um psiquiatra com especialização em sexualidade humana, preferencialmente com experiência no tratamento da compulsão sexual, e saia desse ciclo de dependência de sexo.
Texto de autoria do Dr. Lincoln Cesar Andrade. Permitida a reprodução e divulgação, desde que citada a fonte (autor e site).
Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 16 anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP), especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico. Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.