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O relacionamento amoroso de longo prazo. Um ensaio baseado em cazuza

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Para este artigo em particular vou utilizar como base a música de cazuza e Frejat “Todo amor que houver nesta vida”. Esta música fala de maneira poética sobre os desafios que todos enfrentamos para equilibrar e dar sentido aos nossos relacionamentos amorosos de longo prazo.

Para quem não se lembra, segue a letra da música no final deste artigo, mas vale a pena ouví-la no youtube,  para sentir a música, no original, na voz do saudoso cazuza.

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum veneno anti monotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão
Ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum remédio que me de alegria

No poema que compõe a letra desta música, cazuza demonstra toda sensibilidade do artista, capaz de captar a essência do amor e suas nuances. E quero chamar sua atenção para os detalhes da música. Perceba que, ao final de cada estrofe ligada ao amor romântico, cazuza acrescenta um golpe de realidade:

“E algum trocado pra dar garantia…”

“Pra poesia que a gente nem vive,  transformar o tédio em melodia…”

“E algum veneno antimonotonia…”

“Boca nuca mão, e a tua mente não”

“E algum remédio que me dê alegria”

A música é um resumo perfeito dos relacionamentos amorosos de longo prazo. O romantismo inicia e permeia a vida a dois, porém a realidade e os aspectos não românticos da vida se impõem, de modo que estamos sempre precisando nos adaptar, sempre em busca de novos recursos para manter a união e dar equilíbrio à vida a dois.

Nesta busca de manter a coesão e o equilíbrio do casal entra na equação o dinheiro, entra o combate ao estresse, ao tédio e à monotonia. Entra também a tentativa de manter a sintonia com o outro em suas mudanças. Vale até mesmo tomar um remédio em alguma ocasião, algum momento muito complicado, quando não conseguimos lidar com as agressões emocionais que sofremos com o uso de nossos próprios recursos (hoje em dia medicamentos como os antidepressivos, o viagra, etc).

Nesta música,  um curto poema colocado em uma bela melodia, cazuza faz uma mescla muito interessante do casal em seu mundo a dois e seu romantismo, e das armadilhas espalhadas no caminho do amor. Cita claramente as delícias do amor, ao mesmo tempo em que alerta os românticos demais de que não é possível viver somente deste amor.

Finalmente, para os valentes que ousam sonhar em viver o ideal do amor romântico e correr os riscos inerentes a essa busca, cito aqui o grande Arnaldo Jabor que, em seu livro “Amor é prosa, sexo é poesia”, diz que o amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver“.

Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade

Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site)

Dr. Lincoln C. Andrade é médico psiquiatra especializado no atendimento de pacientes em crise emocional, estresse excessivo, ansiedade e pânico. Na área das relações amorosas atende pacientes em crise emocional causada por problemas graves de relacionamento. Dedica-se ao aconselhamento  em relações amorosas há 15 anos. É sexólogo formado pela USP.  Agendamento de consultas pelo Fone (41) 30391890 e 9996437333.