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Disfunção sexual causada pelo uso de antidepressivos

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São muitas as causas conhecidas das disfunções sexuais, entre elas  a ansiedade de desempenho sexual, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, alcoolismo, obesidade, certos medicamentos, entre outras.

Quanto aos medicamentos, praticamente todos os antidepressivos têm potencial para causar alguma tipo de disfunção sexual, alguns mais do que outros. Os antidepressivos, em sua maioria, são também eficazes para o tratamento da ansiedade, e são muito prescritos com essa finalidade.

Redução ou perda do desejo sexual, disfunção erétil, retardo ejaculatório e dificuldade ou incapacidade de chegar ao orgasmo são as principais disfunções sexuais causadas pelo uso de antidepressivos.

 O grupo de antidepressivos conhecido como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) é o que costuma causar o maior número de casos de disfunção sexual na população, pois, devido a eficácia e segurança que oferecem para o tratamento da depressão e da ansiedade, são de longe os mais prescritos.  Esse grupo farmacológico é constituído pelos seguintes medicamentos: fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, fluvoxamina e escitalopram.

Outros antidepressivos  muito prescritos também têm potencial para causar disfunções sexuais, talvez em menor proporção. São eles a venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina. Há ainda outros grupos de psicofármacos com potencial para causar disfunção sexual, mas que não serão tema deste artigo.

Alguns antidepressivos têm baixo potencial para afetar a resposta  sexual, mas podem não ser tão eficazes para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade, ou podem ter outros efeitos colaterais complicados, como sonolência ou ganho de peso.

Obviamente que a possibilidade de disfunção sexual não deve ser motivo para uma pessoa severamente deprimida, com ideação suicida, com crises de pânico ou muito ansiosa deixar de tomar um psicofármaco prescrito corretamente. Geralmente a vida sexual dessas pessoas já está bastante prejudicada pelo transtorno mental. Ademais, todo tratamento tem fases, e o psiquiatra não pode deixar de oferecer o melhor medicamento para a um paciente gravemente deprimido ou ansioso devido a possibilidade de causar disfunção sexual. A disfunção sexual, se acontecer, pode ser tratada após o paciente apresentar melhora clínica.

O problema acontece quando a prescrição dos psicofármacos não é feita por um especialista em psicofarmacologia, que provavelmente terá pouca experiência no manejo de pacientes psiquiátricos e dos efeitos colaterais desses medicamentos. Lembro que o médico especialista em psicofarmacologia, treinado para isso, é o psiquiatra.

Outro problema é que a maioria dos médicos, independente da sua especialidade, têm pouca noção sobre sexologia e medicina sexual. Muitos perguntam ao paciente a respeito da melhora da depressão e da ansiedade sob uso de medicamentos, mas não perguntam se o medicamento causou disfunção sexual. E o paciente, constrangido, as vezes por vergonha, não fala com o médico a respeito. Assim, sua vida sexual acaba ficando em segundo plano.

Um terceiro problema é que a disfunção sexual causada pelo uso dos medicamentos frequentemente leva ao abandono do tratamento logo após a melhora, principalmente entre homens, o que pode ocasionar o ressurgimento dos sintomas depressivos ou de ansiedade.

A situação se torna ainda mais complicada quando o homem ou a mulher em tratamento sob uso de psicofármacos já apresenta uma disfunção sexual prévia, ou um casamento que não vai bem, pois neste caso a disfunção causada pelo medicamento pode piorar um relacionamento já comprometido.

Finalmente, muitas pessoas que têm disfunção sexual e transtornos depressivos ou de ansiedade não sabem a quem recorrer para tratar também a disfunção sexual.

Uma vida sexual gratificante é considerada um dos componentes “chave” da qualidade de vida de qualquer pessoa pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Portanto, é dever de todo médico perguntar ao seu paciente se ele está apresentando algum tipo de disfunção sexual devido ao uso de medicamentos, principalmente quando se trata de antidepressivos. Havendo uma disfunção sexual devido ao medicamento, o médico deve procurar resolver o problema, o que pode ser feito pela mudança da dose, troca do medicamento, associação com outro fármaco ou outras estratégias.

Como acontece com qualquer especialidade médica, na psiquiatria há também pacientes com doenças graves,  como, por exemplo, o transtorno bipolar e a esquizofrenia, em que pode ser difícil melhorar a resposta sexual do paciente. Nesses casos, o prejuízo sexual pode ser causado pela própria doença, ou devido a falta de opção de medicamentos com perfil de efeitos colaterais menos prejudicial. Porém, em todos os casos é necessário avaliar se há uma melhor alternativa medicamentosa, visando causar o menor prejuízo possível na qualidade de vida sexual, afetiva e conjugal do paciente.

Artigo de autoria do Dr. Lincoln Cesar Andrade

Permitida a reprodução e divulgação, desde que citada a fonte (autor e site)

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Permitida a reprodução e divulgação, desde que citada a fonte (autor e site)

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 15  anos de experiência atendendo pessoas e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 30391890 e 996437333.

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