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Disfunção erétil psicológica x orgânica. Qual a diferença?

São muitas as diferenças entre disfunção erétil (DE) de origem psicológica (tecnicamente conhecida como psicogênica) e de origem orgânica. O conhecimento dessas diferenças facilita o diagnóstico pelo médico especialista em sexualidade humana e também auxilia homens em dúvida sobre o real motivo de sua DE. Abaixo você encontra uma abordagem comparativa entre os dois tipos de disfunção erétil:

Idade de início: a maioria absoluta dos casos de DE psicogênica tem início em idade precoce, logo no início da vida sexual, já nas primeiras relações. Devido a isso é chamada de DE psicogênica primária. Já a DE orgânica é muito mais comum após os 40 anos de idade, geralmente após os 50 anos, aumentando em frequência a cada década de vida. Por não estar presente desde o início da vida sexual é conhecida como DE secundária. É importante frisar que um mesmo homem com DE primária pode vir a apresentar  também a DE secundária com o envelhecimento.

Relação com a ansiedade: DE psicogênica tende a estar bastante relacionada com a ansiedade desde o início da vida sexual, seja devido ao fato de o homem ser muito ansioso, seja devido a experiências de falhas eréteis, vergonha e constrangimento logo nas primeiras relações sexuais. É conhecida como “ansiedade de desempenho” e causada por insegurança erétil. Já na DE orgânica, o homem pode vir a desenvolver ansiedade de desempenho após iniciar o processo de falhas eréteis, em idades mais avançadas. Trata-se, portanto,  de um processo de ansiedade de desempenho de origem tardia, que sucede o aparecimento da DE.

Ereção fora da relação sexual: entre homens com DE psicogênica primária a ereção em situações fora da relação sexual propriamente dita, como na masturbação, costuma ser normal, enquanto entre homens com DE de origem orgânica costuma ser prejudicada, ou nem mesmo ocorrer.

Ereções matinais: Na DE psicogênica costuma haver ereções matinais normais, ao contrário dos homens com DE orgânica, cujas ereções matinais tendem a ser fracas ou estar ausentes.

Curso e evolução: na DE psicogênica as falhas eréteis tendem a ser intermitentes, enquanto a DE orgânica tende a ser perseverantes, constantes

Circunstâncias em que ocorre: NA De psicogênica as falhas eréteis tendem a ser situacionais, geralmente quando diante de novas parcerias. Na DE de origem orgânica tendem a ser generalizadas, ou seja, tendem a ocorrer em qualquer situação sexual.

Finalmente, a DE psicogênica costuma ter um longo curso de evolução, pois costuma ter início precoce, enquanto a DE orgânica tende a ser secundária ao processo de envelhecimento e/ou adoecimento.

Nunca é demais lembrar que nem toda DE de início precoce é psicogênica, assim como uma DE orgânica pode ter um forte componente psicológico. Também é importante frisar que a DE mista, aquela que tem componente orgânico e psicológico não é incomum, pois sabe-se que o orgânico afeta o psiquismo, assim como o estresse gerado pela psiquismo pode alterar a fisiologia e assim ocasionar repercussões orgânicas.

Para encerrar este artigo, é importante frisar que o diagnóstico correto direciona o tratamento correto. Portanto, o mais importante no diagnóstico da DE é o cuidado com os detalhes na avaliação.  O tratamento pode envolver medicamentos, terapia sexual, psicoterapia individual ou psicoterapia para o casal, de acordo com cada situação e cada paciente.

A maior parte dos casos de DE necessita de terapia sexual para sua resolução e para evitar recaídas.  Aspectos psicoemocionais são tratados por psiquiatras e psicólogos especializados em sexualidade humana. Aspectos medicamentos são a área de urologistas, endocrinologistas e médicos psiquiatras que trabalham com sexualidade masculina.

 

Texto de autoria do Dr. Lincoln c. Andrade. Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site).

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 16  anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.