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Clínica de tratamento em Curitiba para crises emocionais, estresse, ansiedade, pânico, depressão e problemas afetivos e sexuais

A Sexualidade no transtorno borderline de personalidade

Pessoas com transtorno de personalidade borderline (TPB) têm como característica central a instabilidade, que se manifesta na percepção que elas têm de si mesmas de do mundo ao redor, afetando seus interesses, atividades, trabalho e relacionamentos.

As características centrais do transtorno são:

  • Instabilidade afetiva
  • Relacionamentos interpessoais intensos e instáveis
  • Intenso medo de abandono
  • Sentimento de vazio
  • Impulsividade acentuada
  • dificuldade de controle da raiva e mesmo ira
  • Ideação suicida flutuante e persistente

 

No que concerne aos relacionamentos afetivos, pessoas borderline funcionam em um ciclo composto por idealização do outro, seguida de decepção e desvalorização. A idealização costuma ser muito acentuada, o que garante a frustração diante da realidade do dia a dia. Esse ciclo determina relacionamentos de curta duração, com muitas brigas, inclusive agressões físicas, muita raiva e ruptura dramática do relacionamento. somente para o arrependimento ocorrer horas ou dias depois. Com isso a pessoa borderline busca reatar o vínculo a todo custo, como mais estresse e sofrimento.

A vida sexual também é pautada pela idealização e pela impulsividade, o que leva ao estabelecimento rápido de relacionamentos com desconhecidos, frequentemente de curto prazo pelos motivos explicados acima. Assim costuma haver múltiplos relacionamentos, múltiplos parceiros sexuais, impulsividade sexual, falta de uso de métodos de proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), gravidez indesejada, relações sexuais com pessoas potencialmente perigosas, de alto risco.

É importante lembrar que pessoas com TPB frequentemente tem histórico de abuso sexual na infância, o que é em grande parte a causa de disfunções sexuais, como redução da libido, dificuldade de excitação e orgasmo. Mulheres borderline podem ter também histórico de abuso sexual quando adultas, devido aos relacionamentos abusivos, com pessoas perigosas que podem estabelecer de modo impulsivo.

Outro aspecto muito importante da sexualidade dessas pessoas é que a instabilidade e inconstância do senso interno do “EU” pode também se manifestar na sua orientação sexual e em sua identidade de gênero sexual. Não é incomum uma taxa maior de orientação homossexual e bissexual nesta população, que pode vir a mudar em algum momento. O mesmo pode ocorrer com  a  identidade de gênero sexual: em certos períodos o paciente pode apresentar disforia de gênero, que varia de leve à intensa, as vezes com impulso de viver com outra identidade sexual, o que também pode vir a mudar.

O tratamento do TPB é farmacológico e psicoterápico. A abordagem farmacológica tem como objetivo dar mais estabilidade emocional e tratar depressão, ansiedade ou qualquer outra patologia psiquiátrica associada. O tratamento psicoterápico costuma ser longo devido às graves distorções psicoemocionais apresentadas por esses pacientes.

Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade. Permitida a reprodução e divulgação desde que citado o autor e o site.

Dr. Lincoln C. Andrade é Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade (PROSEX), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com quase 15  anos de experiência atendendo pessoas solteiras e casais com problemas afetivos e sexuais. É também médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP (HC/RP),  especializado no tratamento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico.  Agendamento de consultas pelos fones (41) 996437333.