O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma doença com as seguintes características:
- Os primeiros sintomas aparecem no final da adolescência na maioria das pessoas acometidas, ou seja é uma doença de pessoas jovens em seu início
- Tem apresentações clínicas que diferem muito de uma paciente para outro, com sintomas que tendem à variação de humor, energia e nível de atividade ao longo do tempo, causando muita confusão, mesmo entre médicos psiquiatras e psicólogos experientes
- Não tem exames diagnósticos, ou seja, o diagnóstico é clínico, baseado em sinais e sintomas, e pode demorar anos até que uma pessoa acometida receba o diagnóstico correto
- Os medicamentos mais específicos, chamados de estabilizadores de humor, são complicados e exibem um perfil de efeitos colaterais que exigem manejo do médico e do paciente
- Parte do tratamento envolve o estilo de vida do paciente, que entre outras coisas precisa dormir o suficiente, fazer atividades físicas regulares e evitar álcool e drogas, algo que pode representar um desafio para pessoas jovens.
- Comportamentos de risco, impulsivos, como ficar muito sexualizado, gastar em excesso, dirigir perigosamente ou fazer uso abusivo de álcool e drogas pode ocorrer no curso da doença
- Ideação e tentativa de suicídio não são incomuns no curso da doença
- Crises maníacas ou depressivas podem graves podem levar à internação psiquiátrica
Devido a todas as características acima listadas, a participação ativa de familiares ou de uma pessoa que costumo denominar de “parceiro de tratamento” torna-se fundamental para a eficácia do tratamento, que tende a ser para toda a vida. Além do tratamento psiquiátrico e psicológico, o suporte da família ou de outras pessoas amadas pode ajudar na aceitação do diagnóstico, na adesão ao tratamento, no uso adequado dos medicamentos, na psicoterapia e na adoção de hábitos saudáveis.
Indo mais além, os familiares podem ser orientados e informados sobre os muitos detalhes da doença, ajudando também na prevenção de recaídas ou evitando uma recaída grave ao observar sintomas preocupantes e informar o médico e o próprio paciente a respeito.
Finalmente, o paciente consciente e com boa adesão ao tratamento se sente muito mais seguro sabendo que tem pessoas com quem pode contar sempre que necessário, que entendem sua doença, o acolhem, apoiam e motivam e permanecer saudável.
Texto de autoria do Dr. Lincoln Cesar Andrade.
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Dr. Lincoln C. Andrade é médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP. É especializado no atendimento de pessoas em crise emocional, estresse, ansiedade e pânico. Tem mais de vinte anos de experiência no atendimento de pessoas em crise emocional de qualquer origem. Criou e mantém em sua clínica o programa CALMA, especializado no tratamento de ansiedade e pânico. É também Especialista em Sexualidade Humana pelo projeto sexualidade da Faculdade de Medicina da USP. Agendamento de consultas pelo telefone/whatsapp (41) 996437333.
“Clínica Dr. Lincoln Andrade, a clínica de referência no tratamento do estresse elevado, ansiedade, pânico e crises nervosas em Curitiba”.