Entre as possíveis reações emocionais causadas pelo término de um relacionamento amoroso importante encontra-se a depressão.
Tendo que lidar com sentimentos como rejeição, abandono e menosvalia, sentindo-se só no mundo, a pessoa muitas vezes sucumbe à tristeza e ao peso do estresse e deprime.
A depressão talvez seja o mais incompreendido dos quadros psiquiátricos. Frequentemente confundida com tristeza (a tristeza é somente um sintoma de depressão), é comum amigos e familiares, diante de uma pessoa deprimida, dizerem coisas como “reaja, saia de casa, se divirta, vá caminhar”.
Esses conselhos são bem intencionados, mas pouco ajudam a pessoa deprimida, visto que depressão é um quadro caracterizado por tristeza, perda de interesse nas atividades, falta de energia, reatividade alta ao estresse, insônia ou excesso de sono, perda de apetite, dificuldade de concentração e memória, perda de rendimento no trabalho. Além do mais o pensamento da pessoa que sofre por amor tem como foco quase exclusivo o parceiro que a deixou, frequentemente pensamentos ruminativos de culpa, arrependimento ou raiva.
Muitas pessoas tem pensamentos de morte, outras evoluem para ideação suicida, algumas tentam suicídio e outras ainda acabam por se suicidar. Como profissional de saúde mental que trabalha com aconselhamento e tratamento de pessoas que sofrem por amor há 15 anos, sempre me preocupo com a falta de sensibilidade com que os pacientes relatam ter sido atendidos em serviços de saúde, mesmo em serviços médicos de saúde mental.
Os pacientes relatam que quando chegam ao pronto-atendimento médico e informam estar apresentando crises nervosas ou francamente deprimidos devido a perda de um amor, muitas vezes são tratados com se o sofrimento por amor fosse algo menor, de pouca importância, com se estivessem tomando o tempo de pacientes mais graves. Infelizmente a dor do amor ainda é muito pouco compreendida no meio médico e pelas pessoas que nunca sofreram por amor.
A perda de um amor importante é uma das mais intensas dores emocionais que alguém pode sentir, e quem sofre por amor deve ser respeitado e acolhido em seu sofrimento.
Texto escrito pelo Dr. Lincoln Cesar Andrade*
Permitida a reprodução e divulgação desde que citada a fonte (autor e site).
*Dr. Lincoln C. Andrade é médico psiquiatra com residência médica pelo HC/RP-USP, especializado no atendimento de pacientes em crises emocionais, estresse elevado, medo e pânico. Tem vinte anos de experiência na área. É também especialista em sexualidade humana pelo projeto sexualidade do hospital das clínicas da faculdade de medicina da USP (HC/USP). Agendamento de consultas pelos fones (41) 30391890 e 996437333.
“Clínica Dr. Lincoln Andrade, a clínica de tratamento da crise emocional em Curitiba.”
*A clínica Dr. Lincoln Andrade não se destina ao atendimento de pacientes muito agitados, agressivos ou intoxicados por álcool ou drogas, que devem ser atendidos em pronto-atendimento psiquiátrico hospitalar.