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Como enfrentar seus medos

Como enfrentar seus medos

Em 26/07/2017  estive no programa Rede Vida Evangeliza do padre Reginaldo Manzotti, a convite de sua equipe, para falar sobre MEDOS e como enfrentá-los. Após o programa recebi muitos pedidos de orientação a respeito dos medos via e-mail. Devido aos diversos pedidos resolvi escrever este artigo, na esperança de ajudar pessoas a enfrentarem seus medos e apreensões. Ao escrever este texto me preocupei em tentar responder às perguntas formuladas pelo padre Reginaldo Manzotti durante o programa, mas que não pude aprofundar devido ao ritmo rápido e tempo escasso próprios dos programas televisivos.

Vamos então à primeira questão. O que é o medo?

Medo é uma emoção primária, primitiva, comum a todos os seres humanos e cujo objetivo é nos proteger de riscos e ameaças, e principalmente garantir nossa sobrevivência. Qualquer situação avaliada por nós como de risco ou ameaça pode ativar o sistema de alarme do nosso sistema nervoso, produzindo primariamente dois tipos de reação: Lutar ou fugir.

Na natureza selvagem, muitas vezes não há tempo para pensar quando estamos diante de uma situação de risco de morte. Daí que a resposta imediata e intensa, muito potente, ocorre no sentido de lutar ou fugir. No mundo moderno, apesar de não necessitarmos lidar com animais selvagens ou tribos inimigas, temos outros desafios, como por exemplo a violência ou o desemprego, que despertam esse nosso primitivo sistema de defesa.

A intensidade do medo varia tanto de acordo com o grau de risco real que representa quanto pela avaliação que fazemos de sua gravidade. Há na vida ameaças às quais atribuímos um grau de risco desproporcional à situação, mas há também situações que nos colocam diante do horror de uma realidade apavorante. Um exemplo de medo extremo devido a ameaça real foi vivido pelos  judeus e por outros povos sob a ameaça nazista durante a  segunda guerra mundial.

 O ser humano já nasce com medo?

Nascemos com certos medos já em nossa programação genética, mas a maioria dos medos é adquirida ao longo de nossas vidas, relacionados com nossas experiências, traumáticas ou não.

É importante sentir medo?

Sim, pois o medo nos protege de perigos e ameaças. Pessoas que não sentem medo costumam assumir riscos excessivos e desnecessários, o que pode ocasionar prejuízos consideráveis ou mesmo levar à morte.

Até onde o medo é positivo ou negativo?

O medo é positivo na medida em que nos protege, nos leva a avaliar as situações com mais cuidado, a ponderar e tomar a melhor decisão, ou a agir rapidamente quando diante de perigo considerável. O medo é negativo quando nos prejudica, impede a ação, nos paralisa. É o caso por exemplo do medo patológico, como o trastorno de pânico, os transtornos fóbicos, certos medos próprios do transtorno obsessivo-compulsivo ou do transtorno de estresse traumático, entre outros.

O medo patológico tem algumas características típicas: é irracional, exagerado, persistente e aversivo. Para entender melhor, imagine uma pessoa que tem medo intenso, fóbico, de borboletas!! Perceba a desadaptação que esse medo causa na vida da pessoa fóbica, pois não tem qualquer utilidade e produz sofrimento e embaraço social quando diante de simples e belas borboletas. Pior ainda é o transtorno de pânico, no qual crises de ansiedade inesperadas geram medo intenso de novas crises e evitação de locais avaliados como de risco para novas crises, prejudicando enormemente a autonomia, a qualidade de vida e a saúde da pessoa acometida. Como você pode perceber pelos exemplos citados, os medos patológicos são muito prejudiciais e necessitam de tratamento especializado.

Por que os medos são tão frequentes?

Os medos são tão frequentes porque representam ameaças de algum tipo ao nosso bem estar físico ou psicológico. No núcleo do medo e da ansiedade reside a sensação de impotência, de não sermos capazes de enfrentar a situação que nos tira de nossa zona de conforto. O risco de perda do emprego ou uma doença inesperada são exemplos de medos do dia a dia. Esses medos afetam nossa sensação de controle sobre a vida, nossa autoestima e nosso bem estar.

Quando diante de uma situação percebida como de risco ou ameaça, nosso cérebro avalia rapidamente a situação e nos classifica, de modo inconsciente, em uma escala que varia de grande ameaça e sentimento de impotência até pequena ameaça e sentimento de ser capaz de enfrentar sem problemas a situação. De acordo com nossa “posição mental” nesta escala psicológica, podemos reagir com  angústia, apreensão, medo, pânico ou completo pavor.

Quando nos sentimos apavorados, todo nosso corpo reage com taquicardia, respiração pesada, sensação de sufocação, tremores, sudorese, vertigem, formigamento, entre outros sintomas. Esses sintomas são uma reação do sistema nervoso, que nos prepara para lutar ou fugir da ameaça, reação essa que as  vezes é tão intensa e desproporcional que pode nos prejudicar e causar a sensação de que vamos morrer ou perder completamente o controle. Dessa sensação se originou o termo “crise de pânico”.

Como dar os primeiros passos para enfrentar nossos medos?

Como citado acima, em caso de medo patológico, pânico ou desespero é melhor procurar ajuda profissional com psiquiatra experiente no assunto. No caso de medo não patológico, procure se lembrar de que:

  1. Diante de situações avaliadas como de risco ou ameaça a nosso bem estar, todos sentimos medo.
  2. O medo somente vai desaparecer quando o enfrentarmos
  3. O bem estar retorna quando enfrentamos nossos medo
  4. Enquanto você estiver vivo sempre haverá algum grau de apreensão e medo diante de situações novas
  5. O objetivo maior ao enfrentar o medo é reduzir e eliminar a sensação de impotência e avançar para a sensação de ser sim capaz de vencer o medo
  6. Pergunte sempre a si mesmo se realmente não é capaz de enfrentar seus medos ou se está subestimando sua capacidade de enfrentamento.
  7. O enfrentamento dos medos nos faz crescer e nos prepara para o enfrentamento de novos e maiores desafios
  8. O importante para vencer o medo é dar o primeiro passo imediatamente. Para isso divida a tarefa em partes, partes essas que começam com a mais fácil atitude a ser tomada, passando em seguida pelas  atitudes para o enfrentamento dos medos intermediários. Finalmente, tome  atitudes para o enfrentamento do medo mais intenso. Inicie pela tarefa mais fácil até se sentir confortável, em seguida passe para a próxima tarefa e siga assim até conseguir chegar à tarefa mais amedrontadora.
  9. Busque apoio de amigos e familiares, que podem ser de grande ajuda, mas evite o padrão de dependência, pois isso fará você se sentir menos capaz.
  10. Procure aprender, com auxílio profissional ou não, técnicas de relaxamento físico e mental. Medo é emoção, e emoção se sente no corpo. Os pensamentos de medo e preocupação são gatilhos que disparam reações de defesa no sistema nervoso e consequentemente no corpo. Relaxar a mente de preocupações gera relaxamento físico, e o relaxamento físico gera relaxamento da mente.

Texto de autoria do Dr. Lincoln C. Andrade. Permitida a livre divulgação e reprodução. Pedimos o favor de citar a fonte (autor e site).

Dr. Lincoln C. Andrade é médico psiquiatra, com residência médica pelo hospital das clínicas da USP, especializado no atendimento de pessoas em crise emocional, estresse, transtornos de ansiedade e pânico. Tem vinte anos de experiência no atendimento de pessoas em crise emocional de qualquer origem. Criou e mantém em sua clínica o programa CALMA, especializado no tratamento de ansiedade e pânico. Agendamento de consultas pelos fones (41) 30391890 e 996437333.

“Clínica Dr. Lincoln Andrade, a clínica de referência no tratamento do estresse elevado,  ansiedade, pânico e crises nervosas em Curitiba”.